sábado, 20 de fevereiro de 2010

Um poder uno de quase 40 anos


Entre 1889 e 1930 o Rio Grande do Norte foi governado por duas oligarquias que ficaram conhecidas como Albuquerque Maranhão e Bezerra de Medeiros, era a época dos coronéis, grandes proprietários de terras que obrigavam os eleitores a votarem em candidatos indicados pela oligarquia estadual.

Porém essa forma de governo dominada por poucas pessoas difere da que será falada aqui, como foi mencionado no título de ‘poder uno’, ou seja, uma pessoa no poder por muito tempo.

O deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB - RN), conquistou o seu primeiro mandato em 1970, ainda no MDB (Movimento Democrático Brasileiro), de lá pra cá jamais perdeu sua cadeira na câmara federal, foram dez legislaturas consecutivas (1971-1975, 1975-1979, 1979-1983, 1983-1987, 1987-1991, 1991-1995, 1995-1999, 1999-2003, 2003-2007 e 2007-2011), completando no final desse ano 40 anos exercendo o cargo. Atualmente Henrique é o presidente estadual do PMDB e está articulando sua próxima candidatura.

Assim como outros cargos eletivos que só admitem no máximo dois mandatos consecutivos, todas as outras funções preenchidas com eleições deveria acontecer o mesmo. Pois a falta de rotatividade no poder fere os princípios democráticos, sendo a alternância nos cargos eletivos um dos elementos essenciais da democracia.

Se há democracia, tem que haver divisão justa de poder.

2 comentários:

  1. Muito boa matéria Dedé. A alternância de poder é de fundamental importância para o exercício da democracia. Sem ela se torna impossível que o estado democrático de direito se faça vigente.
    A América Latina está tendo vários exemplos de como a democracia poder ser jogada no lixo. Ditadores travestidos de presidentes - supostamente eleitos pelo povo - estão fazendo o impensável para se perpetuarem no poder. Países como Venezuela, Bolívia, Paraguai, Honduras e Nicarágua, ou conseguiram mudar suas constituições ou tentaram, na procura pelo continuísmo. E para a infelicidade do nosso país, em todos os casos o nosso governo se mostrou simpático às propostas de mudança. Demonstrando uma péssima política diplomática e deixando clara a tendência ao regime ditatorial.
    Sobre a alternância no poder o escritor Eça de Queirós proferiu a seguinte frase: “Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pelo mesmo motivo”.

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  2. E É justamente por não ter uma justa divisão de poder, que esses sugadores passam o seu tempo de mandato articulando sua proxima reeleição através de conchavos e troca de favores, já que a massa acha lindo velos no palanque proferindo contos de papai noel.

    Francinaldo.

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